Joias da gastronomia: conheça alguns dos ingredientes mais caros do mundo
Difíceis de encontrar, com produção limitada e processos de colheita complexos, alguns ingredientes se tornaram verdadeiros tesouros na gastronomia – e é isso que os torna tão caros. Descubra quais são eles!
Ao longo da história, ingredientes e temperos desempenharam papéis cruciais em grandes transformações econômicas, culturais e até políticas ao redor do mundo. Da sedutora pimenta do Oriente, que impulsionou as grandes navegações, às cobiçadas trufas, que continuam a atrair chefs e gourmets para as regiões mais remotas da Itália, muitos itens transcenderam sua função de simples aditivos culinários – tornando-se símbolos de luxo, sofisticação e, acima de tudo, de uma rica herança cultural.
Com o passar dos séculos, no entanto, outros produtos também brilham como verdadeiras joias da gastronomia e são comercializados a preços elevados. Alguns se destacam por sua raridade, outros pela complexidade do processo de produção. É o caso da miski, uma resina vegetal amplamente utilizada em doces árabes, ou do wasabi fresco, que exige um clima específico para seu cultivo e leva anos para atingir seu ponto ideal de colheita.
Descubra mais sobre essas e outras preciosidades gastronômicas que continuam a fascinar cozinheiros ao redor do mundo.
Pinoli
Originário do mediterrâneo, o pinoli é uma castanha que vem da pinha do Pinheiro-manso, árvore típica daquela região. A semente é levemente crocante e picante, sendo muito utilizado nas culinárias italiana e do Oriente Médio, onde ganha o nome de snoubar. “Podemos usar de diferentes formas, para finalizar um prato ou no recheio de uma massa”, explica o chef Gabriel Marques da Osteria Nonna Rosa.
Na culinária italiana, o pinoli é um ingrediente indispensável no pesto genovese. “Ele agrega muito sabor, pois é uma gordura extremamente rica”, afirma o chef. Segundo Marques, o elevado valor do pinoli se deve à dificuldade de extração, à alta demanda e ao fato de ser um produto importado para o Brasil, o que eleva ainda mais seu preço devido às taxas e custos de transporte. O quilo do produto pode variar de R$ 500 a mais de R$ 2.000, dependendo da origem e da qualidade.
Wagyu
Os entusiastas da boa mesa conhecem bem esse nome. Afinal, trata-se de uma carne de origem japonesa com status de iguaria, que ganhou projeção pela criação diferenciada do gado – o que em alguns casos chega a incluir música e massagens.
Mas o que faz o wagyu se destacar, de fato, é seu altíssimo grau de marmoreio. Isso significa que o animal é capaz de realizar um armazenamento de gordura intramuscular superior ao de outras raças, o que confere aos cortes mais maciez, suculência e sabor. A alimentação farta e cuidadosamente balanceada, rica em amido, também ajuda. E tudo isso se reflete no preço: uma peça pode chegar a custar mais de R$ 1 mil. “É caro porque é raro”
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Açafrão
Apesar de terem o mesmo nome e cor, o açafrão-da-terra e o açafrão são duas especiarias bem diferentes. O primeiro, que também leva o nome de cúrcuma, tem origem asiática e é produzido a partir de uma raiz parecida com o gengibre. É um produto facilmente encontrado nos mercados a um preço acessível.
Já o açafrão é feito do estigma de uma flor chamada Crocus Sativus, típica do Oriente Médio, na região do Mediterrâneo. De cada flor são retiradas manualmente apenas três estigmas, uma parte muito fina e delicada. “O processo de extrair o pistilo das flores dá muito trabalho para se extrair tão pouco. O rendimento é muito baixo, por isso é tão caro”, explica o chef Amílcar Azevedo do restaurante NOU. Estima-se que para produzir apenas 1kg de açafrão é necessário colher milhares de flores, e apenas 1 grama chega a custar facilmente mais de R$100.
Miski
A miski, também conhecida como mastiha, é uma resina extraída da árvore de mástique. Essa espécie pode ser encontrada na região do Mediterrâneo, mas somente na Ilha de Chios, na Grécia, ela produz as chamadas “Lágrimas de Chios”, gotas de seiva que ficam penduradas na árvore. “Existem referências sobre o uso da miski na Grécia Antiga em textos do século 5 a.C.
Hoje, um único grama da iguaria chega a ser vendido em supermercados mais sofisticados por mais de R$ 20 – ou seja, 2 mil reais o quilo! Além de estar presente na cultura e gastronomia grega, a miski ganhou popularidade em outros países da região, como Turquia e Líbano, onde ela é muito utilizada no preparo de doces. Essa iguaria também faz sucesso na forma de licor, que é consumido como aperitivo ou como ingrediente de coquetéis de inspiração mediterrânea.
Trufas
Dos ingredientes considerados verdadeiras joias gastronômicas, poucos são tão cobiçados como as trufas. Espécie de fungo que nasce nas raízes de árvores, sobretudo na Itália e na França, elas são extremamente difíceis de serem encontradas e têm um sabor marcante, considerado difícil de se descrever.
As trufas podem ser brancas ou negras, como a Trufa Negra de Norcia, também chamada de Tartufo Nero Pregiato, que aparece de dezembro a março. “A Trufa Negra de Norcia, da região de Umbria, é uma trufa negra nobre, que possui grande versatilidade culinária”, conta Monica Maia Claro, à frente da Tartuferia San Paolo, restaurante italiano especializado em trufas. “Ela caracteriza-se pela superfície mais rugosa e por maior resistência ao manuseio e ao leve aquecimento.”
Sugere-se utilizar a iguaria, cujo preço das mais nobres pode chegar a R$ 70 mil o quilo, em finíssimas lâminas sobre os pratos ou em alguma preparação levemente aquecida, pois assim seu sabor é liberado e intensificado. “Podem ser laminadas em pratos com ovos, risotos, massas e inclusive em carnes ou pescados. O formato irregular pode variar entre o tamanho de uma noz e o de uma batata grande. Seu aroma e sabor lembram mel, chocolate e avelã.
Fonte: CNN
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